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Sexualidade nas mulheres – seu ciclo e como ocorre o despertar do desejo!

Sexualidade nas mulheres – seu ciclo e como ocorre o despertar do desejo!

Rosemary Basson, no Journal of Sex and Marital Therapy (2002), descreveu a importância dos sinais de desejo sexual nas mulheres. Começa pela dificuldade de se quantificar fantasias sexuais nas mulheres. Afirma que a frequência de atividades autoeróticas como a fantasia é mais variável nas mulheres do que nos homens, quando um grande número de exemplos fora da clínica é pesquisado. (Laumann, Gagnon, Michael e Michaels, 1994).

A autora aborda que o modelo tradicional (antigo) não incluía o fator intimidade ou estímulo com o parceiro, assim como não mostrava que a força motivadora da mulher é muito frágil e influenciada pela própria experiência sexual.

No artigo, a mulher apresenta uma resposta sexual indireta quando é estimulada diretamente e repetidamente na área genital. No entanto, a mulher e/ ou seu parceiro podem não ter consciência de que seus tecidos eretivos não se encontram somente no clitóris, mas também na vulva, nos músculos perineais superficiais (próximos a vagina) e às vezes ao redor da uretra. Com relação à emoção torna-se necessário pontuar, por exemplo, o feedback negativo (reforço negativo) que a mulher pode ter ao vivenciar emoções como culpa, vergonha, ansiedade durante o sexo.

Já com relação à cognição, a autora coloca a questão do autoconceito de sexualidade de cada mulher. A mulher que tem uma visão sexual positiva de si mesma ficará excitada ante um estímulo sexual; já a que tem uma visão negativa pode criar uma atmosfera de conservadorismo e talvez vergonha.

Como ocorre o modelo de desejo nas mulheres?

A autora pontua que, em sua experiência de cinco anos compartilhando este modelo de ciclo com as mulheres ela vê que estas frequentemente iniciam experiências sexuais de um estado de neutralidade sexual sem um desejo aparente.

Também relata que o “motor” por trás do modelo de ciclo do desejo sexual na mulher é fraco. A intimidade emocional é preciosa, mas precária, de modo que a quebra de uma parte do ciclo é seguida pela quebra de várias outras partes, como um efeito dominó. A aparente prevalência de baixo desejo sexual na mulher se daria por este caminho. A autora coloca também a importância da estimulação não genital na mulher, especialmente a estimulação dos seios, assim como mudanças somáticas, corporais, que possam diminuir a tensão muscular. Também pontua a importância dos hormônios no aumento ou diminuição do desejo sexual na mulher, como no período de menopausa. 

Tais modelos de ciclo do desejo sexual na mulher, segundo o estudo, podem ajudar a mulher a tomar consciência de que grande parte da sua disfunção pode não estar somente relacionada a ela. Percebe, então, a influência em si mesma e do modo de como seu parceiro conduz suas atividades sexuais influenciam em sua resposta e desejo.

Tomar consciência de cada item que compõe tais modelos de ciclos pode ter um efeito muito terapêutico para a mulher. A autora também pontua a importância de não se isolar a mente do corpo – ambos trabalham juntos. Desta forma, um fator (a nível mental) como o stress pode afetar a produção de hormônio (a nível fisiológico), o que então poderia desencadear mudanças na resposta sexual.

A autora encerra o artigo concluindo que todos estes itens devem ser levados em consideração ao se falar do desejo sexual na mulher. Englobando, de modo geral, os aspectos emocionais, íntimos, de estimulação, hormonais e psíquicos. O modelo de ciclo de desejo sexual na mulher mencionado neste artigo (segundo a autora), desta forma, oferece uma grande variedade de alternativas terapêuticas para as mulheres rotuladas como tendo desordem do desejo.

Fonte: Journal of Sex and Marital Therapy, 28(s): 17- 28, 2002. Rosemary Basson 

*Importante frisar que, mesmo com as orientações acima, caso a disfunção mantenha-se, procure um profissional especializado. 

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